Palavras sábias, cristãos maduros
Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.
Tg. 1: 26 e 27
O livro de Tiago, assim como toda a bíblia, é repleto de referências ao uso das palavras. Cada vez mais parece que existe uma ligação direta entre nossa mente e nossa língua - quando percebemos o que acabamos de dizer sabíamos que não diríamos se pensássemos antes.
A resposta para podermos refrear a nossa língua encontra-se logo acima, nos versículos 5 e 6: Sabedoria. A sabedoria que Deus nos dá é capaz de nos fazer pensar sempre antes de falarmos qualquer coisa. A sabedoria é capaz de nos iluminar ao ponto de nos calarmos quando nosso impulso é responder.
Mas o saber falar é um alvo complexo que envolve 3 fatores: primeiro, com quem vamos falar, segundo, o quê vamos falar e terceiro, quando vamos falar. A falta de sabedoria em lidar com qualquer uma desses fatores pode pôr abaixo a principal razão pela qual estamos falando: Estabelecer comunicação.
Precisamos saber com quem estamos falando porque precisamos adaptar nosso modo de falar de acordo com a nossa audiência. O fato de sermos experts em determinado assunto não implica que todos o sejam. Precisamos ter o máximo de certeza possível sobre nosso interlocutor porque toda comunicação pode ser abalada, mesmo que falemos a coisa certa. Falar o certo da maneira errada é pior do que não falar.
Algumas pessoas se ofendem com gesticulações, outras com tom de voz. Outras pessoas interpretam a mesma palavra de forma diferente, se não forem devidamente contextualizadas. Ninguém é obrigado a estar na mesma linha de raciocínio que estamos, e é importante sabermos se estamos sendo interpretados no contexto correto.
O quê vamos falar também é importante, pois o valor da nossa mensagem deve ser algo que realmente valha o tempo que estamos tomando do nosso interlocutor. Se o que vamos falar não edifica ou não produz algum tipo de entretenimento saudável no momento certo, melhor é ficarmos calados.
Saber avaliar o real valor das nossas palavras é vital pois, em toda exortação sobre uso das palavras, o silêncio é louvado como valioso mas, palavras ditas em seu devido tempo podem valer muito mais do que o silêncio arbitrário.
Finalmente, o quando vamos falar também possui seu valor inestimável. Não adianta falarmos as palavras certas à pessoa certa se ela não está pronta para escutar com a devida atenção ou contextualização.
Palavras ditas antes do tempo podem ser mal interpretadas ou ditas depois do tempo pode ser tarde demais. Devemos pedir sabedoria também para saber quando vamos falar porque isso faz toda a diferença. O tempo pode nos fazer adaptar melhor o que vamos dizer ao contexto necessário e facilitar o entendimento do interlocutor.
Não precisamos saber responder depressa nem demorar demais para falar. Não precisamos saber palavras rebuscadas e difíceis. Não precisamos ter todo conhecimento em todas as áreas. Precisamos ter sabedoria para dizer o que precisa ser dito. Precisamos de amor para transmitir a mensagem sem humilhar ninguém. Precisamos de temor para sermos usados por Deus em tudo o que falamos.
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