O Fruto do Espírito - Parte 6, Amabilidade

Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam todo esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Ef. 4:1 à 3

O quinto efeito do fruto do Espírito nas nossas vidas é a Amabilidade, ou seja, a característica de quem é amável. A amabilidade é uma característica que nos permite viver equilibradamente, sendo humildes sem demonstrar uma necessidade urgente de pena, lançando fora todo o orgulho. Talvez uma palavra mais moderna para amabilidade seja simpatia.

É dever nosso demonstrar essa característica sendo pessoas simpáticas a todos. Aquele que sabe dosar moderadamente suas palavras com amigos, conhecidos e desconhecidos, que tem sabedoria para ser um cristão que nada contra a maré dos princípios seculares mas, mesmo assim, é uma pessoa fácil de lidar que perdoa e aceita as pessoas como são.

Existe um estereótipo secular do cristão como uma pessoa desligada das coisas que acontecem e que só pensa em fazer todos os outros ao seu redor "virarem crentes". Alguém que vai todo domingo à igreja e que sempre se veste e se porta de maneira previsível.

Existe um fundo de verdade nesse estereótipo, mas distorcido. Não é nosso papel forçar ninguém a "virar crente", mas sim ter uma vida que contagie características que façam com que todos ao redor se sintam desafiados a viver de forma semelhante.

Ir à igreja todo domingo é mais do que simplesmente pagar pelos nossos pecados. Demonstrar isso não deve ser dito como um fardo que carregamos, mas deve ser compartilhado como um momento de comunhão com Deus e nossos irmãos, pessoas que compartilham da mesma visão e que se reúnem para celebrar isso como quem celebra um aniversário, por exemplo. É mais do que um simples evento social, é uma atitude fantástica através da qual demonstramos que nossa liberdade nos permite decidir fazer isso com amor e alegria em nossos corações.

O fato de nos tornarmos cristãos nos faz ver que nossa vida tem um significado muito mais amplo do que nossos corpos ou mesmo o presente. Mas enquanto ainda estivermos aqui, precisamos saber das coisas que acontecem ao nosso redor, ter opiniões e críticas sobre assuntos importantes que nos cercam (política, finanças e família, por exemplo) demonstrando nosso caráter cristão ao lidar com fatos corriqueiros, sabendo que isso pode abrir uma porta para os corações mais duros e indiferentes com o evangelho.

Se vivermos desmascarando o "estereótipo de crente", seremos bem-vindos, amáveis e simpáticos a todos. E, mais do que isso, brilharemos de forma que as pessoas vejam que "ser crente" não é estar sempre fora de moda, mas é ter personalidade para poder encarar os padrões que o mundo joga para nós, aproveitar o que de bom há (quando houver), e subjugar nossos instintos sobre um manto de humildade (não de humilhação) diante de Deus.

Primeiramente, as pessoas poderão ver que podem conviver conosco apesar da diferença de opiniões, pois não estaremos impondo um "viva assim ou vá para o inferno!", mas estaremos com uma nova proposta que diz: Você pode ser cristão e ser você, porque Deus te quer do jeito que está para te melhorar.

Precisamos jogar fora os preconceitos de que só se pode ir à igreja depois que deixar de beber, para de fumar e/ou parar de ter uma vida promíscua. Claro que estas práticas não são práticas cristãs, mas Deus quer que Ele mesmo trabalhe sobre estes vícios, Ele não espera que você se mude para tornar-se cristão, mas quer, antes de tudo que nos aproximemos dEle e, a partir daí, todas as mudanças serão feitas pelo Seu Santo Espírito de acordo com as características de cada um para que a mudança se torne evidente e duradoura.

Portanto, irmãos, não podemos viver uma vida excluindo os pecadores, mas devemos amá-los e aceitá-los como Deus o faria: com amabilidade (simpatia) e em amor. Se o próprio Deus não rejeita ninguém e enviou seu Filho amado para que possamos não mais ser julgados pelos nossos erros, quem somos nós para julgar as pessoas e tratá-las ora com amor, ora com indiferença. Devemos sim, demonstrar repugnância ao pecado, mas amor incondicional ao pecador.

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