Quinto Capítulo do Livro: "Eu sei que meu Redentor vive!"


Continuando a divulgação do meu livro, segue abaixo o penúltimo capítulo a ser publicado:

Eu sei que meu Redentor Vive! - Capítulo 5

    A base de Satanás prepara-se para realizar mais uma missão.

- Atenção Agente I-4653!

- Agente I-4653 na escuta, senhor!

- Preste bem atenção, precisamos ser bem rápidos e não podemos falhar: O Espião S887 nos passou as coordenadas do sr. Roberto, às quais estou passando ao seu equipamento transceptor agora, confirma Agente I-4653?

- Coordenadas recebidas senhor, estou me dirigindo à localidade com urgência, previsão de chegada: 10 segundos.

- Enquanto se dirige, preste atenção. Este humano está sendo fortemente influenciado pelo nosso inimigo, e um dos seus pontos mais fracos é a ira, o descontrole - sua especialidade. Sua missão é provocá-lo contra o seu chefe, o sr. Alberto, quem ele pode ver pelo vidro da sua sala à direita, convesando com Joseph, um protegido do nosso inimigo e principal responsável pela aproximação do sr. Roberto com o inimigo. Sua missão é provocá-lo contra o sr. Alberto e, se possível, contra o sr. Joseph também.


- Certo, senhor. Alvo localizado. Iniciando missão.

Na base celestial, agentes celestes detectam o início da missão do inimigo e se preparam.


- Missão Inimiga em curso! - grita um agente monitor.


- Deixa comigo! - Responde o Agente 857-P. - Este eu já acompanho. Solicito nível de permissão de ação.

- Nível 3, Agente 857-P.

- 3? Só 3? Preciso de mais permissão, senhor.

- Permissão negada, Agente. Contamos com sua habilidade.

Dirige-se mais do que depressa ao local onde Roberto se encontra.

O Agente I-4653 aproxima-se de Roberto e incita-o a olhar para a sala do sr. Alberto. Sopra ao ouvido de Roberto que eles estão falando sobre ele. Estão tramando contra ele:

- São traidores. São covardes. Eles não te conhecem, não sabem do que você é capaz. Vai lá, mas vai com tudo, se possível já entra chutando. Quer mais provas de que eles estão falando sobre você? Acho que nem precisa, você sabe que é o assunto predileto do sr. Alberto, que não vê a hora de te humilhar na frente de todos . . . Mas paciência tem limite e a sua já estourou a muito tempo. Esse negócio de esperar é prá frouxos e você não é frouxo. Vai lá vai.

Nesse instante, o agente detecta a presença de um soldado do inimigo e reporta à base.

- Agente I-4653 chamando base!

- Aqui é a base, Agente I-4653.

- Reportando aproximação de agente inimigo. Abortar missão?

- Não, agente I-4653, esse agente tem permissão de agir sobre Roberto mas não pode fazer nada contra você. Prosseguir missão.

- Entendido, base. Missão em progresso.

O Agente 857-P se aproxima de Roberto. Os agentes se entreolham como quem quer brigar ali mesmo até o fim, mas não tem permissão para este tipo de ação. O agente celestial começa a falar com Roberto:

- Calma, aí colega. Quantas vezes Jó te decepcionou? Tudo isso que você viu pode ser que ele esteja te defendendo, não te acusando. Vamos agir racionalmente. Com calma. Lembra-se da conversa que vocês tiveram? Jó não te trairia. O que ele teria a ganhar com isso? Sente-se novamente na sua mesa e continue a preparar seus relatórios. Esfrie seu ânimo. Daqui à pouco vai começar aquela reunião e você tem que estar preparado. Releia seus relatórios, veja. Não há nenhum motivo para que uma acusação formal seja feita. Mesmo que uma equipe inteira de investigação entre agora aqui. Acalme-se.

Roberto volta à sua sala lendo alguns papéis que acabara de trazer da impressora. Logo depois de entrar na sua sala olha ao lado e vê Jó e Alberto conversando. À princípio, uma situação normal.

Na medida em que lê seus relatórios, vêm à sua mente as lembranças da discussão que teve com o sr. Alberto sobre a estratégia de divulgação dos produtos do seu setor. Lembrou-se de como foi secamente cortado em suas idéias pelo sr. Alberto e de como ele impôs seu modo de pensar na decisão que lhe cabia como gerente tomar. Depois desse episódio, os dois quase não se falaram mais. Parecia que faziam questão de discordar nas reuniões gerenciais. Não se davam bem.

- Certamente ele está planejando acabar comigo! - Pensou Roberto quase em voz alta - E está arrancando informações de Jó. Estão me traindo, vão me apunhalar pelas costas, miseráveis!

Amassa os papéis que estão na sua mão. E se levanta com muita raiva, seu rosto chega a ficar nitidamente alterado. Quando dirige-se à porta, outros pensamentos batem-lhe à mente. Ele encosta no canto da sala com as mãos na cabeça.

- Puxa. Jó sempre me defendeu. Conversamos hoje cedo e tudo o que ele me disse faz bastante sentido. Preciso me controlar. Mesmo que eu vá agora na sala do sr. Alberto, eu preciso fazer isso de forma racional. Não posso agir no instinto. Não posso argumentar nada.

Começa a andar na sua sala e senta-se com as mãos na cabeça. E fala uma frase que já dissera incontáveis vezes, mas naquela hora parecia fazer mais sentido do que nunca na sua vida, sentia que, pela primeira vez ela sairia do eco do seu interior e explodiria para além do teto da sua sala:

- Meu Deus! Me ajude!

Roberto desiste de ir à sala do sr. Alberto. Vai à copa tomar um café e um ar puro. Deixa uma mensagem para Jó procurá-lo por lá.

- Atenção EB! Aqui fala Agente 857-P.

- EB na escupa 857-P!

- Contramissão cumprida com êxito! - Informa em tom de alívio.

Vibração total na Estação-Base Celestial. Comandantes abraçam-se e louvam ao Supremo General pela vitória.

- Agente I-4653 chamando base!

- Base na escuta, Agente I-4653!

- Missão Frustrada! Repito: Missão Frustrada!

Os comandantes da Base de Satanás urram de raiva, socando os equipamentos contra as mesas.

- Entendido Agente I-4653. Voltar ao posto de vigia.

- I-4653 retornando ao posto. Desligo.

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Roberto está de costas para a entrada da copa, numa varanda do prédio como quem olha para a movimentada avenida que passa na frente do prédio da H&T.

Jó serve-se de um cafezinho e aproxima-se de Roberto.  

- E aí, Beto? Tudo bem? - Questiona Jó.


- Oi, Jó. Tava precisando falar com você mesmo. Vi você e o Alberto conversando na sala. Ele comentou algo sobre mim com você?

- Não, Roberto. Ele não falou nada de você. Ele comentou alguma coisa sobre a reunião que vai começar daqui a pouco e eu negociei com ele as minhas férias.


- Você vai sair de férias agora?

- Não. Não é prá agora. É daqui a 2 meses. Do jeito que as coisas estão nem dá prá pensar em férias direito. Mas preciso de um descanso porque essa história de gerência acaba com a gente.

- Isso mesmo, amigo. Acho que vou programar as minhas também. Eu só queria conversar com você porque quase entrei ‘chutando’ na sala do sr. Alberto na hora que você estava lá.

- E o que nós havíamos conversado pela manhã?

- Pois é. Foi exatamente isso que me salvou. Obrigado Jó. Não sei o que seria de mim sem o seu apoio.

- Ainda bem qe você foi inteligente e racional. Agora vamos porque está na hora da reunião.

- É verdade - responde Roberto olhando para o relógio - Vamos!

Ambos seguem às suas salas para pegar agendas e canetas e dirigirem-se à sala de reuniões.


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Reunião geral. Todos os gerentes estão sentados na mesa, aguardando a chegada do sr. Alberto. Todos encontram-se apreensivos quanto ao assunto da reunião, especulando o que possa ser. Como sempre a principal suspeita é de reestruturação da Diretoria. Chegam Jó e Roberto conversando. Roberto está bem mais aliviado. Cumprimentam a todos e ocupam seus lugares na reunião. Discutem sobre as informações dos novos produtos que receberam e quais estratégias seriam boas adotar para divulgação e uso dos novos produtos. Chega o sr. Alberto com mais 2 pessoas, desconhecidas da maioria ali, senão de todos. No mesmo instante todos se calam.

O sr. Alberto se posiciona à frente em pé e inicia a reunião:

- Primeiramente, boa tarde a todos.

Alguns respondem, outros sussurram uma resposta.

- Antes de mais nada, como indicado no e-mail que eu mandei para vocês, tudo o que for tratado aqui é extremamente sigiloso. Sugiro até que evitem comentar entre si sobre o que será discutido aqui.

- Esses senhores que me acompanham são o sr. Geraldo, Assessor Administrativo da Presidência e o sr. Reinaldo, Assessor Jurídico da Presidência.

Os assessores dão um cumprimento obrigatório e pouco simpático a todos e se assentam conforme indicação do sr. Alberto.

- O assunto desta reunião é para tratar de algo grave envolvendo a nossa diretoria. Em uma averiguação de rotina, a assessoria do sr. Geraldo detetctou o vazamento de informações estratégicas de novos produtos da nossa Companhia para alguns nossos concorrentes. O nível de informações que foi 'vazado' coloca a nossa Diretoria como principal suspeita, dada a quantidade de informações que os concorrentes estão tendo sobre nós.

Começa um burbiurinho entre os gerentes, que faz com que o sr. Alberto aguarde para continuar a falar. Em poucos segundos o silêncio reina na sala de reuniões.

- Não há, até agora, nenhum funcionário suspeito em qualquer nível e, o tipo de informação vazada causou pouco prejuízo para a nossa Companhia, mas corremos o risco que que vaze informações sobre nossos produtos mais vendidos e consolidados no mercado. Por isso que agora é momento de agirmos pois essa deslealdade pode nos custar a nossa posição de mercado que tanto suamos para conquistar.

- Não é momento de pânico. Precisamos preservar entre os nossos subordinados a empolgação com o resultado do seu trabalho. Uma notícia dessas pode suscitar a saída de alguns, e a divulgação em um nível maior pode atingir até mesmo nossos acionistas e investidores, desvalorizando nossas ações no mercado e prejudicando a todos de uma forma geral.

- Como forma de conter esse vazamento foi nomeada pela Presidência uma comissão de investigação, presidida por esses dois assessores. Maiores detalhes sobre o andamento das investigações será passado agora pelo sr. Geraldo.

O sr. Geraldo se levanta, convidado pelo sr. Alberto que assenta-se e, quando o sr. Geraldo começa a falar, verifica o seu celular.

- Boa tarde a todos. - Cumprimenta o sr. Geraldo.

Ouve-se apenas um sussurro.

- Todas as informações iniciais do caso foram devidamente colocadas pelo sr. Diretor, o sr. Alberto, portanto vou me ater ao papel e aos primeiros passos desta comissão.

- Como falado anteriormente, esta comissão foi nomeada pela própria Presidência da Companhia, para investigação restrita ao assunto do dito vazamento. A primeira ação desta comissão será uma entrevista com o sr. Diretor e com cada um dos gerentes, sendo esta realizada em uma sala especial onde seus subordinados não os verão e nem saberão da ocorrência da mesma.

- O segundo passo consistirá no levantamento de documentações relativas às atividades de cada gerência, seguido pelo levantamento de ligações realizadas dos ramais de cada gerência e da diretoria e dos seus respectivos e-mails.

Outro burburinho questionando se a Companhia poderia realizar este tipo de ação, se não seria violação do sigilo de cada um. Em menos de um minuto o burburinho encerra-se. Com o sr. Geraldo falando que haveria um espaço para perguntas no final da reunião.

- Senhores, nosso assessor jurídico comentará sobre a validade jurídica de todas as ações que esta comissão estará tomando para resolver este assunto. No momento apenas solicito aos senhores total colaboração para que este assunto seja resolvido de uma maneira tranquila, sem a necessidade de intervenção externa, já cogitado pela Presidência. Obrigado pela atenção. Passo a palavra ao sr. Assessor Jurídico, dr. Reinaldo.

- Boa tarde senhores, conforme falado anteriormente sou o Assessor Jurídico da Presidência e, portanto, estarei encarregado de avaliar todas as atitudes que esta comissão irá tomar, assim também como detectar algum comportamento suspeito através dos passos descritos pelo sr. Geraldo. Sou o responsável também pelas medidas judiciais cabíveis a serem tomadas de acordo com a gravidade do ocorrido.

- Primeiramente gostaria de advertir aos senhores que, tanto os e-mails corporativos dos senhores quanto o uso de seus ramais não são impassíveis de quebra de sigilo, visto contrato assinado pelos senhores na sua contratação, assim como também a cada promoção que os senhores merecidamente obtiveram.

- Os senhores podem, logicamente, apelar para a justiça comum quanto aos nossos procedimentos, mas isso só facilitaria a adoção de medidas mais extremas da Presidência, como a adoção de uma comissão externa de investigação. Este procedimento implica na divulgação de informações que podem causar o que já foi muito bem detalhado pelo seu Diretor. Para não haver dúvidas, os senhores estarão assinando documentos que permitem à esta comissão ter acesso aos dados de seus e-mails e telefones.

- Vale ainda ressaltar que espionagem industrial não apenas indica uma demissão da empresa. Se isto se tornar público, o responsável ou os responsáveis poderão ser indiciados criminalmente, podendo inclusive serem presos. Portanto, muito cuidado com o que vocês falam ou escrevem. Vocês podem estar causando o afundamento de seu próprio sustento. Obrigado a todos e boa tarde.


O dr. Reinaldo senta-se e levanta-se o sr. Alberto.

- Para facilitar a vida dos nossos investigadores, nosso setor de TI disponibilizou um e-mail e uma caixa de mensagens via telefone. O e-mail e o telefone estão descritos aqui no quadro. Caso os senhores saibam de alguma coisa, desconfiem de algum subordinado ou gerente e tenham algum tipo de prova contundente, esses meios devem ser utilizados. Ratifico juntamente com o sr. Reinaldo que estes meios são sigilosos. Não haverá qualquer tipo de identificação da fonte de informações.

- Perguntas?

Todos estão tão chocados com o que acabam de ouvir que não se atrevem a perguntar, com medo de que isso indique algum tipo de culpa. Anotam as informações do quadro. Os mais bajuladores inclusive comentam que a Presidência está certa que deve agir dessa maneira mesmo.

- Sem perguntas, então esta reunião está encerrada.


Todos saem da sala de reunião mudos, atônitos e desesperados. Dirigem-se cada um a sua sala para 'engolir' o que acabaram de ouvir. Apenas Jó e Roberto comentam entre si cochichando.

- Viu, Beto, ele não citou o nome de ninguém. Ele não é tão doido assim de ficar acusando falsamente.

- Espero que sim. E que esta comissão seja imparcial mesmo, sem nenhum tipo de manipulação da Diretoria.

- Vamos acompanhar para ver.

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Enquanto se dirige à sua sala, o celular do sr. Alberto toca. Ele checa o identificador de chamadas olha para os lados e atende em tom de segredo:

- Diga, Miguel. - Fala Alberto com Miguel, o gerente do setor de Tecnologia da Informação da Companhia

- Só estou ligando prá avisar que o 'esquema' está pronto. Todos os documentos estão sendo monitorados, assim como e-mails e qualquer atividade nas máquinas. E todas as informações do 'disque-denúncia' estarão disponíveis para você antes da comissão. E estas informações só constarão para a comissão após a sua confirmação.

- Beleza. Assim que todas as informações estiverem reunidas a gente marca de rever tudo. Eu vou apontar o culpado e ainda vou levar o crédito disso. E, é claro, você também vai ser destacado como de importante ajuda nesta missão.


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No final da noite, Jó chega em casa. Está cansado do dia tenso, mas eufórico por dar a notícia para as crianças. E cauteloso para não estragar a surpresa que está preparando para sua esposa.

- Crianças! - Grita Marta para chamá-las. - Seu pai chegou com notícias muito boas para todos.

Todas as crianças chegam e abraçam Jó, se jogam no colo, beijam e quase o derrubam. Assim todas cumprimentam Jó, ele afrouxa a gravata coloca a pasta na mesa e dirige-se à sala de TV. pedindo a todos para se sentarem.

- Bom, como sua mãe disse, tenho uma boa surpresa prá vocês!

As crianças ficam eufóricas, sem ter nem noção do que seja.

- Oba! - Gritam todos em uníssono.

- Vocês se lembram daquela viagem que vocês tanto queriam? - Pergunta Marta.

- A excursão European Teen & Kids? - Pergunta Gilberto

- Essa mesmo. - Responde Jó. - Está confirmada com a presença de todos vocês daqui há 2 meses!

Segue-se uma festa de euforia de todas elas. Abraçam Marta e Jó, felizes da vida. Conversam entre si, fazendo planos e mais planos.


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Na sala do sr. Alberto, ele conversa com sua secretária, Michele.

- Então, srta. Joana, quer dizer que o Roberto já estava sabendo do assunto da reunião antes dela começar? - Pergunta Alberto.

- Sim, senhor. Não apenas sabendo da reunião, como da suspeita que o senhor tem sobre ser ele o culpado do vazamento. - responde Joana.


- Certo, senhorita Joana. Muito obrigado por esta informação. A senhorita pode ir prá casa.

A srta. Joana sai da sala do sr. Alberto. O sr. Alberto fica pensativo sobre a sua mesa. Quando escuta o barulho da porta se fechando, que confirma que ele está sozinho, pega o seu celular e liga para Miguel.

- Alô, Miguel? Pode falar agora?

- Posso sim, Alberto. O que manda?

- Precisamos nos reunir. Houve uma mudança de planos no nosso 'esquema'.

- Problemas, Alberto?
   
- Não, problemas não. Será a solução. E a coisa vai tomar dimensões bem maiores, vamos pegar pesado...

- OK. Podemos nos encontrar na Pizzaria em frente à Companhia em meia hora?


- Confirmado, Miguel. Nos vemos em meia hora.

Alberto e Miguel desligam o celular. Alberto aperta firmemente seu aparelho, fixando os olhos no nada. Sussurra para si mesmo.

- Ah, mas ele vai me pagar muito caro!
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A partir daqui, a história começa a esboçar uma reviravolta. Não perca o último capítulo publicado e compre o livro para saber como Jó

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