Quarto Capítulo do Livro: "Eu Sei que meu Redentor Vive!"

Segue abaixo o quarto capítulo do livro:

Eu sei que meu Redentor Vive! - Capítulo 4

    Jó pega sua mini-agenda e faz uma anotação. “Ela não vai acreditar”, pensa Jó quase em voz alta. Em seguida senta-se na sua mesa para fazer uma oração antes de ir à copa conversar com o Roberto. 

- Senhor Deus, sabes de tudo o que acontece e guias com mão poderosa o destino dos homens de acordo com os desígnios do Seu coração e com a Sua justa mão. Clamo a Ti neste momento porque sei que somente Tu podes me fortalecer e me iluminar nos meus conflitos pessoais. Pai, dá-me sabedoria para conversar com o Roberto, para não mentir, não pecar, não incitar a discórdia e não trair a confiança do sr. Alberto. Aos meus olhos tudo isso parece impossível, mas para Ti, Pai, nada é impossível. Em Nome de Jesus clamo pelo teu auxílio, Amém.

 Jó dirige-se à copa, sentindo-se mais tranquilo, como se a oração tivesse um efeito imediato sobre suas emoções.

- Pensei que você tinha esquecido - fala Roberto com Jó que acabara de chegar.

- Que isso, Roberto? Esquecer? - responde Jó indo pegar um copinho de café e alguns biscoitos para acompanhar - Marta me ligou agora prá confirmar a excursão das crianças.

- Puxa, que ótimo. É a excursão da Tia Nena, né? No ano que vem acho que vou mandar meus dois garotões prá essa excursão também. Já tive ótimas recomendações sobre ela. Dizem que é uma excelente experiência internacional para as crianças, além de ser bem divertido.

 - Sem dúvida. Eu estava na fila há 2 anos. - responde Jó - Assim que a minha turma chegar de lá a gente reúne as famílias prá poder compartilhar a experiência.


- Certo, Jó - responde Roberto - Mas eu quis conversar com você por outro motivo. Dá uma olhada nisso aqui.

Roberto tira algumas folhas de papel de um envelope e os entrega a Jó. Jó começa a ler o documento. Era a impressão de alguns e-mails da Presidência para a Diretoria sobre o caso do uso indevido de informações privilegiadas. O primeiro e-mail foi dirigido ao sr. Alberto indicando evidências do uso destas informações e questionando quais medidas poderiam ser tomadas para sanar esta situação. O e-mail seguinte, que fora enviado do sr. Alberto para a Presidência indicara algumas sugestões de medidas a serem tomadas e indicava o Roberto como suspeito com afirmações duvidosas e incorretas sobre o trabalho do Roberto como gerente e da sua equipe, usando alguns desacordos de ponto de vista do Roberto com o sr. Alberto como indicativo de rebelião e uma 'alavanca' para tirar o sr. Alberto do posto e assumir a Direção do setor. O terceiro e-mail alertou o sr. Alberto sobre as acusações que fazia, dizendo não ser prova suficiente nenhum dos argumentos descritos, além de alertar que seria muito perigoso fazer tais afirmações via e-mail e marcava uma reunião da Assessoria da Presidência com o sr. Alberto para decidirem sobre as medidas a serem tomadas.

- Caramba, Beto, não sei nem o que dizer. - comenta Jó.

- E isso não é tudo. Já abriu o seu e-mail hoje?

- Não, ainda não. liguei a minha máquina e vim prá cá. - responde Jó.

- Pois então, o sr. Alberto marcou uma reunião com todos os gerentes para hoje à tarde de caráter urgente e de assunto sigiloso. Só pode ser isto. Ah! Aquele safado, assim que ele chegar vai ouvir umas . . . - Esbraveja Roberto no limite do seu controle emocional.


- Calma, Roberto - fala Jó, tentando conter o amigo. - Você conhece a Presidência. Está bem claro aqui na resposta deles que todas as acusações contra você, ainda que fossem fundadas não o classificariam como culpado. Eles são extremamente conservadores e cautelosos. Se começar algum tipo de confusão aqui no setor que possa afetar os funcionários eles afastam você prá você poder 'refrescar' e a coisa pode ficar ainda pior, porque eles podem interpretar a sua atitude de forma errada.


 - Como você me chamou aqui - continua Jó, aconselhando Roberto - sabe que eu poderia te ajudar e o meu conselho prá você é: faça de conta que você não tem conhecimento nenhum disso, sem mentir, pois se isso foi parar na sua mão, ainda que por desleixo de alguém, é uma informação da qual você não deveria estar sabendo e isso pode te ser questionado e levado em consideração contra você numa eventual investigação.


- Mas o Pereira - interrompe Roberto - foi pegar umas cópias que havia tirado do relatório e não percebeu que esses documentos estavam no meio. A Joana, secretária do sr. Alberto até questionou se havia saído algum documento do sr. Alberto na impressora e o Pereira verificou mas não percebeu que estava lá. Como o sr. Alberto estava impaciente com este documento, a Joana apertou o botão de 'reimprimir' e pegou as novas cópias para levar ao sr. Alberto. Quando o Pereira chegou na sua mesa para organizar o relatório percebeu que realmente o que a Joana queria estava no meio das suas cópias. Ele correu para entregar os papéis para Joana mas quando chegou na mesa dela ela não estava lá, parece que havia subido junto com o sr. Alberto para a reunião. Caminhando de volta à sua mesa, percebeu que havia alguma coisa naqueles e-mails impressos, leu-os e os entregou para mim, dizendo que havia ali algo que eu deveria saber e que se perguntassem, não tinha sido ele que havia me dado aquilo. Li esse material ontem no final do expediente e fiquei muito nervoso mesmo e me contive para não ligar para o Alberto naquele momento mesmo e lhe 'dizer umas verdades'. Em seguida orientei o Pereira a não contar para ninguém.

- Certo, Beto, mas mesmo assim há a quebra do sigilo do e-mail, o que pode ser mau visto pela Presidência ou uma eventual comissão de investigação. O que te aconselho a fazer é levantar todo o material dos últimos 6 meses relativos às suas atividades na gerência e deixá-los preparados para uma eventual necessidade de prestação de contas. Eu sei que você tem uma certa dificuldade no controle das suas emoções numa situação dessas mas, o mais importante é manter tudo aparentemente calmo e inalterado agindo somente de acordo com as informações que nos forem passadas oficialmente. Reúna todo o material referente àquela discussão da estratégia de controle de mercado que iniciou a 'briga' e tudo que prove que a diferença de opinião de vocês era apenas uma questão meramente de divergência de opinões que, provavelmente, o sr. Alberto levou para o lado pessoal. Acalme-se e aja cautelosamente. Tudo indica que esse processo de investigação vai ser bastante imparcial e, se for assim, não vão achar nada contra você, certo? Afinal, 'quem não deve, não teme', não é assim que diz o ditado?


- Certo, Jó - responde Roberto - Acho que você tem razão. Vou procurar manter a calma e me resguardar com todos os documentos que eu possa ter para rebater estes argumentos que o sr. Alberto apontou no e-mail e de todas as minhas atividades como gerente. Dessa forma poderei ficar tranquilo mesmo.

- Beto, eu sei que você não fez isso, eu sei que o sr. Alberto levou aquela divergência de opiniões para o lado pessoal e mais do que pela amizade, estou do seu lado pela justiça, pelo que parece certo aos meus olhos. Sei que você sofre bastante com essa situação. A única recomendação de ação que posso dar a você é que oremos para que isso se resolva da forma justa.

- Mas aqui? - Questiona Roberto como se oração se fizesse apenas na igreja.

- Claro - responde Jó - aqui mesmo. Podemos orar em voz baixa, uma oração rápida e simples. Sei que Deus pode trazer prá você aquilo que você precisa, mas você precisa deixar que Ele aja em sua vida.


 - Tá, tudo bem - responde Roberto, com um pouco de medo de ser visto e tido como fanático sem sequer ir à igreja, mas sentindo uma força tão grande fluindo através das palavras de Jó, estava convencido de que realmente iria precisar de toda ajuda disponível, material ou espiritual - Vamos orar. Afinal de contas apenas orar não vai fazer de mim um 'crente fanático'.

 Jó se aproxima de Roberto e faz uma oração curta e profunda. As palavras de Jó penetraram no coração de Roberto ao ponto de sentir o vazio da sua vida e a necessidade de encontrar mais sentido nas coisas que vivia. Neste ponto Roberto respirou muito fundo para não se derreter em lágrimas, ele sentira-se em outro lugar, com uma presença indescritível e uma necessidade tremenda de se aproximar dessa presença. Quando Jó finalizou sua oração Roberto parecia e se sentia leve.

- Obrigado, Jó - respondeu Roberto abraçando Jó - você é realmente um irmão para mim.

- Que isso. - responde Jó - Apenas retribuo uma pequena fração do que Deus tem derramado sobre mim. E você sabe bem que Ele te quer mais perto, né?  

Encerram a conversa e vão para suas mesas. Jó confere o e-mail da reunião com os gerentes às 4 e meia e grava um alerta para lembrá-lo na sua agenda eletrônica.

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Satanás está sentado na sua mesa, monitorando algumas atividades, quando se aproxima um de seus Generais.

- Senhor! Informação urgente!
   
- Pois não. Diga.

- Senhor, é um informativo sobre as atividades de Jó. Ele acaba de se reunir com o sr. Roberto e parece que logrou êxito em mantê-lo mais próximo do inimigo, senhor!

- Como assim? E os seus soldados não fizeram nada?

- Senhor, ele contava com a cobertura dos guardas do inimigo para a conversa que teve. Todos os 4 soldados designados para atormentá-lo, tentá-lo e mantê-lo afastado do inimigo foram violentamente impedidos por eles, senhor!


 - Argh! Esse Jó me paga! - Brada Satanás, dando um golpe na sua mesa e levantando-se - Ele não vai conseguir tirar o Roberto de mim, não. Eu quero vigilância. Assim que a cobertura da guarda do inimigo sair eu quero que a nossa ação comece. Vamos apagar esta conversa da memória dele!
- Dispensado!

- Sim, Senhor - responde o General, seguindo para sua mesa repassando os comandos aos seus soldados.


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Jó em reunião com seus subordinados. Todos estão sentados em uma mesa oval na sala de reuniões. Contam piadas e as novidades. Quando Jó entra na sala, todos o cumprimentam e rapidamente e silenciam, esperando pela conversa com Jó.


Jó assenta-se em uma das cadeiras vazias e assim que o silêncio toma conta do ambiente, começa a reunião.

- Boa tarde, senhores!

Todos respondem em um uníssono meio dessincronizado.

- Pois bem, senhores. Em primeiro lugar quero parabenizá-los pelo excelente desempenho desta gerência. Pelo esforço de cada um de nós, conseguimos superar a nossa meta pelo 6o mês consecutivo, e isso não é merito apenas meu como gerente, ou de um de vocês especificamente. Cada equipe, por menor que tenha sido a sua contribuição, tem tanto mérito quanto todas as outras.

- Gostaria de fazer uma mesa redonda, uma explainação sobre a nossa metodologia de trabalho, sobre as dificuldades encontradas. Podemos abrir também a reunião para discutirmos algumas insatisfações relativas às condições de trabalho. Acho que este tipo de assunto deve ser discutido dessa forma pois, só assim, ele pode tomar os devidos rumos. De modo nenhum alguma sugestão que dependa da Diretoria ou acima sairá daqui como opinião pessoal de alguém, mas sim como um 'raio-X' da nossa Gerência. . .

A reunião continua com Jó observando o comportamento de cada um. Havia feito anteriormente um curso, no qual aprendera a identificar determinados comportamentos como sinal de falta de entrosamento na equipe ou até mesmo insatisfação. Acompanhou e participou da conversa, fazendo anotações e procurando ver se realmente alguém ali poderia estar passando informações para fora da companhia.

Após a conclusão da reunião, todos saem. Fica apenas Jó revendo suas anotações e verificando que, como dissera ao sr. Alberto, não havia ninguém ali sequer suspeito de estar vazando as informações.

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Marta e Cida estão em casa. Marta está procurando toda a documentação das crianças para poder agilizar questões de vistos, enquanto Cida está varrendo o escritório.

- Que bom Cida, as crianças estão espererando por essa excursão desde o ano passado. Na ocasião estava tudo certo, mas cancelaram na última hora. Dessa vez está confirmado, estou doida prá ver a reação delas.

- Ah! Dona Marta, sei que elas vão estar radiantes. Queria eu estar aqui na hora que elas souberem . . .

- Desde que Jó virou gerente a gente quase não tem tempo juntos. Sei que o trabalho dele é importante, mas também sinto falta de passar mais tempo a sós com ele, de namorar, sabe? Uma segunda 'Lua-de-Mel'.E essa viagem das crianças seria uma boa oportunidade se não fosse o momento delicado que o Jó está passando lá na Companhia, além de não ter ninguém preparado para o substituir agora.


- Ih! Dona Marta, homem é tudo assim mesmo. Antes de casar manda flores, cartinhas e tudo mais. Depois que casa, vai diminuindo até sumir de vez. A gente tem que se acostumar.

- Eu sei disso. Eu sei que o Jó também tem se esforçado para poder tentar fortalecer os laços do casamento. Mas as crianças e o trabalho dele têm tomado muito tempo nosso. Passamos pouco tempo juntos mas é um tempo de qualidade. Só gostaria de poder aproveitar esta oportunidade porque não sei quando vai surgir outra. Fico desapontada mas sei que Jó mesmo não pode fazer muita coisa. Talvez eu converse com ele mais tarde sobre isso.

Marta pega os documentos que encontrou e coloca-os em um envelope para poder encaminhá-los à agência de viagens. Em seguida segue para o seu quarto. Sente-se tocada pelo Espírito Santo e ajoelha-se para orar.

- Senhor Deus, quero clamar a tua presença sobre a minha vida neste momento. Pai quero pedir ao Senhor que derrame da Sua infinita sabedoria sobre a minha vida e me dê da Sua infinita graça para enfrentar essa situação complicada que Jó vive no trabalho juntamente com ele. Abençoa-o Pai para saber lidar com o Roberto da maneira adequada, com palavras certas, abençoa Pai também o Roberto que tem estado inclinado a te buscar. Põe neste coração o desejo de conhecer mais de Ti. Em nome de Jesus, Amém.

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- Pois não, sr. Alberto. - Fala Jó entrando na sala.

- Olá, Jó. Tudo bem? - Cumprimenta o sr. Alberto.

- Tudo certo. - Responde Jó.

- Te chamei aqui para saber se você tem alguma novidade sobre o caso que eu comentei com você.

- Certo, sr. Alberto. Eu fiz uma reunião mais cedo com os meus funcionários e não detectei nada de anormal no comportamento deles. Inclusive os achei bastante envolvidos com a empresa.

- Tudo bem, Jó. Você já deve estar sabendo da nossa reunião daqui a pouco, certo?

- Estou sim. É para tratar deste assunto, né?


- Sim, Jó. A Presidência está pressionando para que isso morra antes de causar algum alvoroço. Hoje mesmo já será apresentada a comissão de investigação do caso.

- Puxa. Acho que a coisa está ficando feia então.
   
- É. Tá sim.

- Senhor, gostaria de tratar de outro assunto, se for oportuno.

- Pois não.

- Como o senhor já sabe, desde que assumi esta gerência eu não tirei nenhum período de férias. Eu gostaria de marcar pelo menos uns 20 dias para daqui há 2 meses, prá relaxar um pouco. As coisas aqui, até antes dessa história do vazamento,  estavam caminhando bem e acho que o Gérson está preparado para assumir minhas atividades enquanto estiver fora.

- Certo, Jó. Acredito que em menos de 60 dias esse assunto já tenha sido resolvido e, com os resultados que a sua gerência tem tido, acredito não haver maiores complicações. Faça a solicitação que eu assino.

- Obrigado, sr. Alberto. Mais alguma coisa?


- Prá falar a verdade, sim. No início do próximo mês estarei viajando para uma conferência em Nova Iorque. E no mesmo período a Companhia me incumbiu de indicar uma pessoa para visitar um cliente em potencial na África do Sul de um produto novo desenvolvido somente aqui no Brasil. Gostaria de saber se você está disponível para essa viagem.

- Sim senhor. Basta confirmar as datas.

- Certo. Te encaminharei o e-mail confirmando a sua participação na comissão que realizará a entrevista, lá estarão todos os dados e os telefones das pessoas que você precisará entrar em contato para providenciar passagens e documentação.

- Certo senhor. Algo mais?

- Não, Jó. Pode ir. Mas não se esqueça da reunião hoje, hein?

- Sim senhor, estarei lá.

Jó sai da sala e dirige-se à sua mesa.
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Este é o quarto capítulo da história recontada de Jó. Nos próximos dias estarei publicando o quinto capítulo, fiquem ligados!


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